Construção de Vilões: Qual é a Melhor Maneira?
Você pode criar um grande vilão, mas será que conseguirá mantê-lo no topo ao longo da história?
Ao narrar histórias de RPG para um grupo de pessoas ou escrever livros fictícios que tanto desejamos criar, sempre nos deparamos com desafios. Antes de compartilhar nossas narrativas pelo mundo, precisamos resolver diversas questões fundamentais.
Inicialmente, há a criação de um universo: um mundo com continentes, países, cidades, sistemas políticos e religiosos, além de estruturas sociais e dinâmicas complexas. Em certos momentos, isso pode parecer impossível, mas é apenas uma questão de imaginação e determinação. Hoje, tudo o que precisamos é de um teclado — ou, na ausência dele, papel e caneta.
Dentre todas as figuras importantes de uma história, considero os vilões os principais. Eles representam o grande mal que faz o universo sair dos trilhos e que precisa ser confrontado, exposto e derrotado. No entanto, criar um vilão pode ser um desafio, pois ele é essencialmente diferente de um herói e, claro, de um anti-herói.
Enquanto heróis e anti-heróis costumam ter suas histórias contadas sob uma ótica empática, os vilões frequentemente são definidos por seus objetivos implacáveis. Para eles, o que importa é a destruição do que consideram inimigo — seja a paz, um ideal ou outro personagem.
Exemplos de Vilões e Anti-heróis
Podemos observar exemplos de vilões nos animes. Muitas vezes, personagens classificados como "vilões" podem ser anti-heróis cujas ações, embora extremas, possuem alguma justificativa.
Uchiha Madara, de Naruto Shippuden, é um exemplo fascinante. Madara sonhava com um mundo de paz e felicidade, mas sua visão utópica envolvia prender todos os seres vivos em um sonho eterno, controlado por ele. Ele estava disposto a matar qualquer um que cruzasse seu caminho e a viver sozinho no mundo real enquanto toda a humanidade permanecesse em sua ilusão.
De uma perspectiva externa, Madara não era puramente mau. Ele acreditava estar certo, embora sua ideia de controle absoluto para acabar com as guerras fosse, em si, tirânica. Esse traço adiciona complexidade ao personagem, mostrando que vilões podem ter motivações que ressoam com o público, mesmo quando seus métodos são condenáveis.
Por outro lado, Freeza, de Dragon Ball, é um exemplo clássico de um vilão "puro". Apelidado de "Imperador do Mal", ele não age por um ideal maior ou por traumas passados, mas por puro prazer em dominar e destruir. Ele exterminou os Saiyajins simplesmente porque não gostava deles, reforçando sua natureza cruel e egoísta. Essa ausência de qualquer traço de humanidade faz de Freeza um modelo perfeito para vilões de grande impacto.
Outro exemplo interessante é Sukuna, de Jujutsu Kaisen. Assim como Freeza, ele mantém seu estado vilanesco para exercer maldades, mas talvez com menos intensidade que o alienígena de Dragon Ball.
Já no universo dos super-heróis, temos Thanos. Este vilão se aproxima de Madara em sua motivação, mas com um roteiro mais questionável. Na versão cinematográfica, Thanos queria exterminar metade do universo para equilibrar os recursos naturais.
Enquanto na "Sentença de Morte", ele cometia as maiores atrocidades apenas para viver um romance com sua amada, a Morte.
Por fim, é importante destacar que anti-heróis podem trilhar caminhos que os levam à vilania pura — ou o contrário, como foi o caso de Vegeta em Dragon Ball. Transformar um vilão em um anti-herói é um desafio maior, mas quando bem feito, pode render grandes histórias.
Como Construir um Vilão Verdadeiramente Aterrorizante
Agora que analisamos exemplos, é hora de explorar as técnicas que utilizo para criar vilões.
1. Maldade Absoluta:
Um verdadeiro vilão deve ser completamente desprovido de humanidade. Sua essência precisa inspirar medo e aversão. Sua presença deve ser tão aterrorizante que apenas ouvir seu nome ou sentir sua aura pode adoecer ou paralisar aqueles ao seu redor.
2. Feitos Atrozes:
É pelas ações que o vilão será definido. Seus atos devem ser marcados pela crueldade e pela total falta de empatia. Ele não se importa com equilíbrio ou justiça; seus objetivos são movidos pelo desejo de causar dor, destruir e subjugar.
3. Difícil Acesso:
O vilão deve ser uma figura quase mítica, distante. Suas interações diretas são raras, e ele se comunica principalmente por meio de ordens ou subordinados. Isso aumenta o mistério e o impacto de sua presença.
4. Domínio e Punição:
Mesmo os seguidores do vilão, por mais leais que sejam, não estão a salvo. Ele deve ser impiedoso, punindo-os por falhas e, muitas vezes, cometendo atos ainda piores que os deles.
5. Egoísmo Absoluto:
O vilão deve ser profundamente egoísta, colocando seus desejos acima de tudo e de todos. Porém, cuidado para não torná-lo infantil ou caricato.
6. Persuasão:
Ele deve ser um manipulador habilidoso, capaz de mentir, enganar e convencer outros a agir em seu benefício, seja pelo medo ou por promessas enganosas.
7. Aura Mística:
Sua existência pode ser cercada de dúvidas e mistérios. Será que ele realmente existe? Essa incerteza pode ser uma ferramenta poderosa para criar suspense.
8. Irreparável:
Um verdadeiro vilão não pode ser redimido. Ele é a personificação do mal, sem espaço para dúvida ou compaixão.
9. Crueldade Extrema:
Ele não hesita em atacar os mais vulneráveis, destruindo sem remorso para alcançar seus objetivos.
10. Argumentação Forte:
Embora o vilão não precise de uma origem detalhada, suas motivações devem ser claras e convincentes dentro do contexto da história. Isso não significa justificá-lo, mas reforçar sua posição como antagonista.
E Nas Minhas Histórias?
Sim, meus livros têm vilões, mas ainda não é o momento de apresentá-los. Por enquanto, anti-heróis e "vilões menores" estão soltos pelo mundo. No entanto, quando esses grandes antagonistas aparecerem, prometo que serão tão terríveis quanto merecem ser.
Espero que tenham gostado dessas análises e dicas!